terça-feira, 25 de maio de 2010

> Tema da Semana: Excluidas e Invísiveis

Guerra e crime

Em Novembro, as Nações Unidas acusaram os militares do Sri Lanka de recrutarem crianças para uma milícia que luta contra o grupo separatista Tigres Tamil. O conselheiro especial da ONU, Allan Rock, representante da ONU em questões relacionadas com Crianças e Conflitos Armados, afirma que tem provas do envolvimento directo de soldados do país no alistamento forçado de crianças para a milícia dissidente dos Tigres Tamil, a Facção Karuna. «Encontrámos provas directas e indirectas de cumplicidade e participação», assegura Allan Rock, comentando o facto de crianças de 13 e 4 anos terem sido raptadas de pequenas povoações sem que tivessem sido realizadas investigações ou prisões por parte das forças de segurança.

No Sudão, durante os longos anos da guerra, «a Igreja Católica foi a única fonte de esperança para milhares de crianças», diz o cardeal Gabriel Wako, arcebispo de Cartum e presidente da Conferência Episcopal. «Uma das maiores preocupações da Igreja sudanesa são as crianças órfãs. Infelizmente, a guerra deixou um grande número de órfãos de pai e muitos perderam ambos os pais. Por não terem uma família que se ocupe delas, a situação destas crianças é muito difícil e precária. Até aqueles que vivem apenas com a mãe se encontram em dificuldades, porque, infelizmente, as mulheres são uma das categorias mais desfavorecidas da sociedade sudanesa.»

Nesse sentido, a Igreja está a apostar em programas de ajuda à infância, «sobretudo no campo sanitário e do ensino», assegura o cardeal. Um pouco por todo o mundo, ela é uma das instituições que mais contribuem para fazer face às necessidades das crianças excluídas. Apenas um exemplo: é graças à generosidade das próprias crianças dos 110 países onde se encontra presente a Obra da Santa Infância que estão a ser financiados mais de três mil projectos de assistência aos menores mais carentes.

Embora os governos e a sociedade civil também se encontrem envolvidos em inúmeros programas de apoio, muitas permanecem desprotegidas. Só na fronteira entre a Argentina, Brasil e Paraguai, milhares de crianças e adolescentes vivem em condições de pobreza extrema, em “casas” sem saneamento ou água potável. Para além do mais, o crime organizado que grassa na região representa uma grave ameaça, de que as crianças são vítimas preferenciais. Entre os seus “negócios” contam-se a exploração sexual, o tráfico de drogas e de seres humanos.

[in Clube das Histórias - Projecto: Abrir as portas ao sonho e à reflexão]

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